A Magus não é uma empresa, mas uma iniciativa dedicada à preservação de nosso trabalho e das artes da fotografia e do cinema vintage.

O nome surgiu em 2017, quando um grupo de entusiastas criou um curso de capacitação no uso de drones. Nesse período, os drones estavam começando a encontrar seu espaço comercial e despertavam fascínio geral por permitir filmagens aéreas com qualidade e custo inéditos.

Continuei produzindo vídeos aéreos, alguns dos quais estão disponíveis no site. Outros já existentes serão adicionados, e muitas capturas de imagens ainda aguardam edição.

Durante a pandemia, encontrei uma caixa de negativos da família e decidi digitalizar quase tudo. Mas para que esse esforço? Descobri que o verdadeiro trabalho era arquivar e classificar de maneira mais atual, utilizando a tecnologia de armazenamento em nuvem. Isso permitiu que a família contribuísse para um trabalho que se tornou um elo adicional entre os irmãos.

A digitalização de imagens me levou a um hobby mais complexo: a recuperação de equipamentos de fotografia e cinema que meus pais usavam e que influenciaram todos os meus irmãos. Durante a pandemia da COVID, mergulhei na restauração de projetores de cinema e surgiu o desejo de filmar em 16 mm, claro, usando filmadoras antigas. Descobri que a fotografia e o cinema analógico ainda possuem milhares de seguidores, assim como novos entusiastas, semelhante ao fenômeno do vinil.

A Magus não é um trabalho apenas meu; é uma forma de dar continuidade ao trabalho de várias pessoas que contribuíram para sua construção. Também é uma maneira de preservar a memória de milhões de engenheiros e técnicos que criaram as câmeras clássicas, a técnica como parceira da arte, ou elas mesmo como arte.

Não me considero um fotógrafo amador; talvez eu seja um dronólogo pioneiro. No entanto, gosto de fotografar com as câmeras que restaurei, é uma compulsão. Meu verdadeiro talento é apertar botões e remontar o que desmontei, dando nova vida e glória a antigas câmeras. Ao fazer isso, consigo compreender as ideias brilhantes dos projetistas que as criaram, influenciando, sem dúvida, milhares de equipamentos atuais.

Entendo bastante de tecnologia digital, sou engenheiro eletrônico. Contudo, por incrível que pareça, o mundo da fotografia química me parece mais mágico. O fato de que as últimas câmeras analógicas, até a década de 2000, possuírem mais eletrônica torna sua restauração um desafio, enquanto as mecânicas são intermináveis.

Não sou colecionador, embora seja difícil evitar essa tendência, própria da natureza humana.

É fascinante observar como a fotografia é uma das ferramentas que o ser humano utiliza para registrar história, talvez a maior motivação para sua criação. No entanto o desenvolvimento de filmes e câmeras criou a possibilidade de se fazer arte. Assim, no século 20, ambas passaram a ser um dos bens mais desejados, assim como um relógio ou um carro. A tecnologia e a arte sempre caminharam juntas, uma instigando a outra a melhorar, até hoje. O projeto de lentes e câmeras é uma arte em si; design, matemática, física e química devem ser cuidadosamente misturados no caldeirão da inventividade e do talento humano.

Esses são os motores que movem a Magus.

É claro que o site ainda não está pronto, faltam muitas restaurações e vídeos a publicar. Obrigado a todos pela ajuda.

Obrigado pela visita!

Luiz Francisco Gerbase