Uma carcaça imponente e assustadora de um navio encalhado na costa do Atlântico atrai como um imã para ser conhecida de perto.

Suas cores de ferrugem e algas fazem a alegria das máquinas fotográficas. Mas o nome é Desdêmona, que em grego quer dizer “Aquela que tem má sorte". E este era o nome da esposa assassinada de Otelo na peça homônima de Shakespeare.

Também não foi feliz a noite de tempestade que o Desdêmona, já em dificuldades com o motor, raspou em um banco de areia não cartografado, bem perto do Cabo San Pablo. Não houve outra alternativa para o capitão Germán Prillwitz se não jogar o navio na praia para não naufragar. Era 9 de Júlio de 1983.

É a maldição dos cabos, onde as coisas sempre podem complicar. É possível entrar no navio pelo rasgo na popa quando a maré está baixa, mas ficar preso nas garras do Desdêmona quando o mar sobe faz parte da maldição.

Para chegar lá são 180 km , sendo 50 de terra. O cabo San Pablo é naturalmente o outro atrativo. Dois dias , dormindo na pequena cidade de Tolhuin, é a medida para com um carro 2x0 ir e voltar para Ushuaia.