O Desdêmona e o Cabo San Pablo

Uma imponente e assustadora carcaça de um navio encalhado na costa do Atlântico atrai visitantes como um ímã.

Suas cores de ferrugem e algas encantam as máquinas fotográficas. No caso esta Leica M3 de 1962.

Porém, o nome desse navio é Desdêmona, que em grego significa "Aquela que tem má sorte". Este é também o nome da esposa assassinada de Otelo na célebre peça de Shakespeare.

Infelizmente, a noite de tempestade também não foi favorável para o Desdêmona, que, já enfrentando problemas no motor, encalhou em um banco de areia não mapeado, próximo ao Cabo San Pablo.

O Cabo San Pablo em si é uma atração para quem gosta de trilhas e visuais ótimos. Lá estão as ruínas de um antigo farol, de onde se avista o Desdêmona. O cabo é localizado na parte leste da Terra do Fogo, a região mais ao sul da América do Sul.

Para chegar até lá, são 180 km a partir da cidade de Ushuaia, sendo 50 km de estrada de terra. Depois de ultrapassar o Paso Garibaldi contorna-se o Lago Fagnano e segue-se pela rota complementar “A”, que serpenteia por pitorescas fazendas e oferece paisagens espetaculares de cerros, estepe, bosques de lengas, rios e falésias junto ao mar. 

Dois dias, com pernoite na esquisita cidade de Tolhuin, é o tempo necessário para ir e voltar de Ushuaia em um carro 4x4 se possível..

Diante da situação, o capitão Germán Prillwitz não teve outra alternativa a não ser deixar o navio na praia para evitar o naufrágio. Era 9 de julho de 1983. Esta é a maldição dos cabos, onde as circunstâncias frequentemente se complicam.

É possível entrar no navio pelo rasgo na popa quando a maré está baixa, mas ficar preso nas garras do Desdêmona quando a maré sobe faz parte dessa maldição.

Leica M3 de 1962 - Lente Elmar 2.8 50mm, usada para tirar as fotos da galeria

Clique abaixo nos vídeos e filmes feitos na ocasião.

Filme 16mm com Bolex

Vídeo com drone do Desdêmona

Vídeo com drone o Cabo San Pablo

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