2014 - Os últimos saveiros de Maragogipe
Com mais de 200 anos de história, cruzando a Baía de Todos os Santos ao transportar mercadorias e pessoas, o saveiro foi peça decisiva nas batalhas que resultaram na independência do Brasil e no desenvolvimento dos ciclos econômicos da Bahia.
A modernidade, com estradas e pontes, desencadeou o seu quase desaparecimento. Este belíssimo barco a vela é muito bem adaptado às condições locais, subindo o rio Maragogipe e cruzando a Baía de todos os Santos até hoje. No passado descarregava sua carga no porto onde hoje fica o Mercado modelo, no centro de Salvador.
Durante longo tempo, foram o principal meio de transporte local. Velas içadas, lançadas ao vento, os saveiros cortaram os séculos e as águas nas travessias do recôncavo Baiano – a baía de Todos os Santos. Gente, bichos e produtos agrícolas eram transportados por essas pioneiras embarcações de madeira, que uniam cidades, vilas e portos entrelaçados no mar.
Em 2019 restavam cerca de 10 saveiros em atividade comercial, brava resistência à modernidade, onde nas mesmas águas plataformas de petróleo são reformadas. Seus nomes são inspiradores, invocam a grandeza do passado ou a poesia de quem tem intimidade com a natureza: Sombra da Lua, Vendaval, É da Vida, Flor do São Francisco, Rompe Nuvem, Rei do Oriente e Vencedor das Lutas são alguns deles. T
odos sobrevivem graças ao amor de antigos mestres e entusiastas. Os saveiros, com sua vela central enorme e um trapo de genoa, eram presença emblemática no porto de Salvador, e sobem e descem ainda a correnteza do Rio Paraguaçu somente a vela, até Maragogipe.
Para quem quiser saber mais: http://www.vivasaveiro.org/site/?page... e https://www.boatshopping.com.br/boat/...